terça-feira, 18 de junho de 2013

Cyberbullying: a face oculta da violência moderna

Ao abordar o tema Bullying e Cyberbullying: a face oculta da violência, Luciene Tognetta, que é doutora

A especialista diz que uma das características do bullying é que ele acontece nas relações entre pares e, sendo assim, a família e a escola muitas vezes têm dificuldade para identificá-lo, sobretudo na sociedade atual, em que tudo é muito efêmero, e valores como justiça, solidariedade, amizade são deixados de lado em detrimento do poder, da beleza e de outros fatores que o agressor considera importantes mas que, na realidade, são valores invertidos.

“O agressor é sempre alguém com insensibilidade moral, ou seja, meninos e meninas que não conseguem sentir a dor do outro, mas identificam nele alguma fragilidade. No entanto, nem todos os que fogem do estereótipo social sofrem bullying. Quem não se sente frágil, tem forças para superar as agressões e, por isso, não se torna vítima”, afirmou a pesquisadora.

Os casos de bullying e cyberbullying, porém, são mais comuns do que se pode imaginar. Estudo realizado pela pesquisadora, em 2012, em São Paulo, mostrou que 40% dos estudantes se autor relatam alvos de bullying e/ou cyberbullying. 16% se autor relatam autores e 44% se autor relatam espectadores (aqueles que assistem as agressões, aplaudindo ou não, e não fazem nada para impedi-las).

Para ilustrar a palestra, Luciene Tognetta apresentou também uma reportagem mostrando um caso de bullying, em uma escola de São Paulo, em que houve agressão física e a aluna agressora foi suspensa por três dias, mas não se mostrou arrependida do que fez.

Após expor os fatos, a pesquisadora convidou então as famílias e educadores para refletirem juntos sobre o que fazer diante da realidade do bullying. E apresentou algumas pistas: “A escola precisa olhar para os alunos e saber quais são os seus valores. Não basta deixar o agressor de castigo, quem erra tem de pedir desculpas e reparar o erro. Precisamos educar nossos filhos e alunos para que sejam sensíveis à dor do outro”, afirmou.

REF: Luciene Tognetta, doutora em Psicologia Escolar pela USP e Universidade de Genebra – pesquisadora da Unicamp e autora de vários livros sobre ética e educação, observou que o bullying sempre existiu, mas a pós modernidade, também chamada tempos líquidos, potencializa o problema, que hoje faz parte das relações reais e virtuais (cyberbullying) dos nossos filhos.

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