domingo, 12 de fevereiro de 2017

Anatel, sou contra! - Tomada de subsídios sobre franquia de dados na banda larga fixa.


Anatel, sou contra! - Tomada de subsídios sobre franquia de dados na banda larga fixa.


Em resumo, querem legitimar uma “maldade” com os consumidores/internautas
do Brasil. Mas objetivamente, fazendo uma “referendum” por meio da consulta pública pela Internet, vão autorizar os poucos provedores de Internet banda larga no Brasil a cobrar por volume de dados nas rede fixas e móveis.

Veja as operadoras compram banda determinística e vendem banda estatística, ou seja, compram no atacado e vendem no varejo. Tiram proveito a não linearidade dos clientes (a maioria de nós não fica ligado 24h por dia transmitindo ou recebendo dados na capacidade máxima contratado, sem parar, portanto, a empresa vende para muitos a mesma “janela” de oportunidade. É o mesmo que o “overbook” das empesa de transporte, pois muitos que compram bilhetes sem data fixa raramente aprecem juntos para viajar. Assim como quem tem um restaurante, ele deve equilibrar a quantidade de mesas e funcionários não pelo momento de pico mais pela média mensal de movimento irá à falência, pois terá muitas mesas vazias e funcionários ociosos a maior parte do dia.

Hoje em dia, um provedor consegui contratar um link de 1Gbps por US$2,000 por mês de um provedor internacional que será revendido para até 500.000 mil assinantes residenciais de 10Mbps no nosso país, que representa uma receita média de R$25mlhões se considerarmos uma assinatura básica de R$50 por mês, ou seja, 500.000.000% de retorno bruto!!!

Foi lendo o livro Telecosmo de George Gilder onde ele prevê como o acesso a banda “infinita” (ie. Ilimitado – cobrança pela capacidade e não pelo volume de dados) vai revolucionar o mundo, motivo pelo qual considero um crime “leso pátria” permitir que a população do nosso Brasil venha mais uma vez a ficar na margem do desenvolvimento do mundo moderno para atender a capitalistas selvagens sem limites éticos. Não basta a falta de respeito com o cidadão no dia-a-dia, a corrupção galopante, os desmandos, impostos abusivos, e a falta do essencial para qualquer cidadão (ie. saúde, educação, alimentação, moradia, entre outros), mas querem agora segregar o acesso ao “conhecimento” aos poucos privilegiados que poderão pagar a conta dos provedores insaciáveis. Como disse o Santo Papa Francisco: “...quando o copo está cheio, de repente fica maior e seu conteúdo nunca chega aos mais necessitados...”.

Vivemos realmente uma era onde a coisa pública é ineficiente e sujeita a corrupção, e a coisa privada não possui limite ou parâmetro ético para nortear a boa prática. É uma questão cultural.

Limitação de Largura de Banda, ou Bandwidth Throttling, é o retardo intencional de um serviço de internet por um provedor de acesso à internet. Este ato é considerado, pela ONU, crime contra os Direitos Humanos.


A Organização das Nações Unidas – ONU condena a partir de agora, nações que limitem o acesso à Internet para impedir a circulação de informação e que promovam violações aos direitos humanos (desde detenções arbitrárias até torturas e execuções) e que reprimem a liberdade de expressão.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU, emitiu em 04 de Julho de 2016. A organização reafirma que “os mesmos direitos que as pessoas possuem ‘offline’ deve ser protegidos online’”, sobretudo o direito à liberdade de expressão, coberto pelo artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (UDHR, na sigla em inglês).

Já a neutralidade da rede no Brasil é uma obrigação dos provedores, de acordo com o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014). A lei estabelece que o responsável pela rede deve “tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço, terminal ou aplicação” (art. 9º). O dispositivo prevê também os casos em que pode haver exceção à regra, tais como em situações de emergência.

Portanto, limitar o volume de dados é ofensivo aos princípios de neutralidade da rede, ética e direitos básicos dos cidadãos, que já pagam caro por um serviço deficitário e recheado de restrições.

Tome uma posição e diga a Anatel que você é "contra".

Nenhum comentário:

Postar um comentário